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Relatório de Fäelon Redeagle - Caso Imperatriz Sarah

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Faelon

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Texto a ser revisado. Versão 0.1

Duas mãos enluvadas abriam rapidamente uma carta. Ao recostar-se, ele pôs-se a ler:

Relatório de Fäelon Redeagle, enviado ao Conselho dos Sete e ao Conselho dos Treze da Ordem de Myuna Eihwaz.

Cumprimentos a todos os Conselheiros.
Quem vos escreve é Fäelon Redeagle, Guardião de Löre Yahn e General do Sétimo Esquadrão da Ordem de Myuna Eihwaz, Divisão de Espionagem e Sabotagem.

Estas são notícias de alta prioridade. Ashigatake foi finalmente invadida. Os portos estão infestados de Caminhantes e parte de meu esquadrão está cercada em uma pequena vila de Eruvadhor. E mais do que isso, a vila de Kalahara, aonde me encontro, foi atacada por uma força esmagadora.

Aquela que conhecemos como Imperatriz Criança, que herdou a alcunha dos contos infantis, tem o nome de Sarah, e não passa de um bebê, de fato. Aparentemente, ela foi dominada pelo espírito de algum Lich ou Necromante que foi derrotado a tempos, e que foi conectado a um brinquedo, para manipulá-la e ceder-lhe seus poderes. Exorcizamos o espírito e livramos a garota de seu fardo, após longa e intensa batalha, para a qual vale ressaltar nossa recente aliança com a Associação de Ladrões de Navarre. Não houveram mortos e todos os convertidos foram curados. Os feridos estão sendo tratados em uma enfermaria que improvisamos na vila. Eu peço aos Senhores uma investigação apurada do histórico desta garota e do paradeiro de seus pais. Quando a encontramos, ela contou-nos o que segue:

"Você tem presente? Eu quero presente! Tio King" - Ou pelo menos é assim que compreendemos a fala. Acredito ser uma confusão com o nome Lich King. - "Tio King disse que me daria presente, mas ele é um mentiroso!"

A questinamos sobre seu nome e idade, e ela respondeu ser Sarah, com cinco anos de existência. Como presentes, ela aceitou doces, conteúdo que tivemos de deduzir. Assim, conquistamos sua confiança por breve tempo. Mas sua sede por eles era insaciável, "Tem mais?!", ela pediria, e logo nossos recursos esgotaram-se e tentamos oferecer-lhe frutas, que seriam o mais próximo. Ao receber algumas Jabuticabas encontradas por um cozinheiro na floresta, ela enfureceu-se:

"Isso não é presente! Você traiu minha confiança, Fäelon!", berrou ela, em prantos. Chocado, eu somente pude afastar-me. Os que estavam dando-me cobertura ficaram do outro lado do círculo mágico que ela traçara no chão e aqueles que ela transformara em carniçais cercaram e derrubaram-me. Ah, sim. Esqueci-me de mencionar o ataque de dois de seus servos, um Algoz e um Sanguinário, que receberam uma das Bençãos Antigas e raptaram cerca de uma dúzia de aventureiros que hospedavam-se na vila. Eles foram Convertidos, e com este exército, ela quase derrotou-nos.

Após ser derrotado fui torturado pelos carniçais a ponto de quase morrer. Sarah então, que parecia decidida a manter-me vivo, deu-me um boneco de sapo encantado que não permitia que minha vitalidade se extinguisse. Hawk Thief era o carniçal que me carregava, quando ela resolveu afastar-se do combate e recuou pela trilha com seus Caminhantes, a fim de obter vantagem. Foi quando o Carniçal-Hawk e eu encaramos uma pequena esfera brilhante, que hipnotizou-nos. Quando a tocamos, ela ativou a Magia conhecida como Porta Dimensional, que transportou-nos até uma ponte, aonde caímos, amarrados. Neste ponto, eu tentei fazer com que Hawk recobrasse a consciência. Pouco tempo depois, Kelvin, o assassino de meu esquadrão, cai ao nosso lado em estado semelhante. Juntos, conseguimos que o líder da Associação acordasse e ajudasse-nos. Não sem Sarah tentar nos impedir. Hawk fingiu desmaio, enquanto discutíamos sua identidade. Quando Sarah afastou-se, ele piscou para mim. Desamarrou as cordas que o prendiam e tomou uma dose de uma Poção de Invisibilidade que tinha escondida em seus pertences. Deu-me também uma dose e desamarrou-me. Assim, carregado por ele, escapei das garras da criança possuída, ainda com o Sapo da Imortalidade em mãos.

Mas, embora o Sapo impedisse minha morte, eu já estava ferido o suficiente para não poder me mover. Hawk então, ainda amaldiçoado, passou furtivamente pelos outros Carniçais e entregou aos meus irmãos a sua última dose de poção, para que eles enviassem um curandeiro até mim. Veio um clérigo que eu mal conheço, mas que, embora verde, cuidou de mim com zelo e disposição. Após isso, empunhando a espada de Hawk, que me foi cedida, e o brinquedo de Sarah, ergui-me e fui enfrentar os Mortos-Vivos. Utilizando este último item, eu e Hawk conseguimos encurralar os Caminhantes contra a muralha de combatentes do outro lado da ponte, e assim nós os massacramos. Graças aos poderes da bruxa Azuläe que agora acompanha Vanshir, o Bárbaro, Hawk e diversos outros companheiros retornaram à suas formas mundanas.

Sarah então tentou escapar, correndo pela trilha até aproximadamente a cidade. No caminho, um ferreiro de quem ainda não aprendi o nome e Riza auxiliaram-nos a derrotar os Carniçais que restavam e que a Imperatriz enviava para atrasar-nos.

Ao final, tombamos a garota e furtamo-lhe o coelho de pelúcia que continha o espírito do Necromante. Thingol o exorcizou, e então pudemos curar e cuidar da criança. Quando a perguntamos sobre sua história, ela disse-nos o seguinte:

"Mamãe me pediu para buscar maçãs no bosque ao lado de casa. Aí eu fui. Lá eu vi um velhinho. Ele disse que ia me mostrar aonde conseguir maçãs. Desde então eu não me lembro de mais nada."

Questionei-a sobre sua idade novamente. "Tenho três aninhos!", ela respondeu de pronto, efusivae e orgulhosamente. Daí, deduzi que ela passou os últimos dois anos de sua vida em poder dos Mortos-Vivos. Quando discutimos o que seria necessário para tratar dos feridos, ela ofereceu-se. É impressionante, mas uma criança de três anos era capaz de realizar complexas magias de cura e proteção. "Minha mãe é uma Sacerdotisa!", ela explicou-se, "Ela me ensinou!", terminou com um grande sorriso.

Sarah é uma criança adorável, e estará por enquanto sob a minha proteção. Daí a necessidade de dados sobre os pais dela. Assim que eu souber como encontrá-los, caso estejam vivos (o cetro que ela carregava aparentemente pertencera à mãe), tratarei de que a família seja reunida e também de sua proteção. Sobre o Caso Imperatriz Sarah, é só o que tenho a dizer por hora.

Como adendo, gostaria de confirmar as táticas de batalha dos Cavaleiros das Trevas. Eles aproximam-se em pequeno número. Em geral, serão subestimados. Assim, utilizando de técnicas de proteção, eles derrotam grande quantidade de guerreiros e aventureiros para formar um exército de Carniçais, que atacará seus companheiros. Estes companheiros, algumas vezes incapazes de atacar seus amigos, entram em pânico e não reagem. Outras vezes, são superados por número. Assim, os exércitos aumentam mais e mais, e mais Mortos-Vivos nascem. Em geral, este time é composto por um Sanguinário, um guerreiro suicida e cruel, que mata sem dó, um Algoz, assassino sangue frio e silencioso, que tem a aparência de uma sombra e um Lich, o Mago das Trevas, que tem poder sobre a terra e pode transformá-la em solo profano, aonde pode aplicar diversas magias destrutivas, que incluem a drenagem de energia vital dos que tentam caminhar por ele, além da Ressurreição Negra extremamente acelerada.

Pela manhã, partiremos para o Porto de Aoi Umi, acompanhados da Associação de Ladrões de Navarre. Talvez tenhamos também a companhia de um pequeno clã chamado de Caminhantes do Horizonte, ou algo similar, ainda não tive muito contato com estes.

Sinceras saudações,

Fäelon Redeagle, Guardião de Löre Yahn, 7º General da Ordem de Myuna Eihwaz - Divisão de Espionagem e Sabotagem



Ao terminar sua leitura, uma voz rouca soou:

- E então, o que pensa disso?

- Penso que erros não devem ser cometidos duas vezes, senhor.

- Entendo... Isso significa que quer cuidar deles pessoalmente?

- Não, Milord. Ainda não. Esperança e ideais trazem falácias aos tolos. Deixe-os perambular um pouco mais. Lady Sarah não era tão importante, e podemos facilmente substituí-la... Ou recuperá-la. Quanto a mim, sou mais importante ao Senhor. Devo viver um pouco mais.

- Como sempre, teus conselhos tem a validade de uma navalha afiada.

- Agradeço a consideração, Vossa Alteza.

- É bom que perceba não ser um elogio ou uma reprimenda.

O vulto encapuzado, ajoelhado aos pés do trono, respondeu com um sorriso azulado e sarcástico. As mãos enluvadas descansaram-se aos braços do trono, após atirar a carta em uma lareira preenchida por fogo verde.

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