O Graal .:. MG
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A História do Graal MG, Já passou da hora da verdade ser dita.

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Faelon

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Postado originalmente por Hagen (Augusto) no antigo fórum do Graal MG (http://z13.invisionfree.com/graalmg).

Estou tomando total liberdade de repassar este texto, sem pedido de autorização, pela Honra de todos aqueles que me antecederam, inclusive e especialmente o autor do texto. Também não sei se já tinha passado esse tópico pra cá.



Pessoal, abaixo segue uma carta que eu escrevi ao longo de Março e parte de Abril de 2007 contando a história do Graal. Eu planejava enviar uma cópia desta carta a cada pessoa envolvida na Separação, mas acabou que não o fiz. Seja o que for, acho que os membros do Graal ao menos devem saber dela.
Eu já digo isso no final da carta, mas... Eu tentei ser o mais fiel à realidade possível. É uma história detalhada sobre o Graal desde 2005, quando os primeiros atuais membros do Graal entraram para o grupo (Eu, Tião, Quel, Leo, etc.).
Leiam. É grande, mas leiam.

Abraços.





É triste. Muito triste.
Estou aqui na Praça Doutor José Mendes Júnior, nessa inútil noite do primeiro dia de Março de 2007 escrevendo esta carta que você está lendo agora. Estou sozinho sentado no banco mais extenso da praça situado a noroeste do busto localizado ao centro do local.
Sozinho, num lugar conhecido. Lembrando do mundo fantástico que ganha vida aqui todos os domingos.
Sim, é triste. É muito triste pensar que esta praça está sob a ameaça de perder a vida. Seus dois belíssimos anos de vida.

Faz muito tempo desde que tudo começou. Foi em Outubro de 2004, no I Anime Festival de Belo Horizonte, ocorrido no colégio Marista Dom Silvério. Foram dois dias de evento, mas eu só vi o último. Fui com quatro amigos, encontrei mais dois por lá. Ao chegar em casa, meus pais me perguntaram como havia sido o evento. Dissemos que foi muito bom, mas o mais legal era “aquela luta de espadas”.
Nós não sabíamos nada sobre aquele pessoal, mas queríamos participar melhor daquilo. Em algum momento entre Dezembro e Janeiro, descobri que um outro amigo meu conhecia um cara que lutava naquela arena. Perguntei onde ele e o resto do pessoal da arena se encontravam, e junto com outros amigos meus, fui atrás.
Lembro-me bem de algumas partes daquele dia. Era um domingo, quatro horas da tarde. Havia umas sete pessoas aqui nessa mesma praça, conversando. Entre elas, o meu contato: Ednom (Que neste texto chamarei de Ed, para facilitar o reconhecimento para quem lê). Eu esperava encontrar algo similar a uma aula de Kendô, mas o clima era de um encontro entre amigos bastante informal. Conversamos com uma daquelas pessoas e ela nos mostrou que tinham nada mais que quatro espadas, bem jurássicas se comparadas às que temos hoje (Alguma coisa nelas lembrava muito um picolé prateado tamanho família...). Como crianças que ganham novos presentes, adoramos aquilo e pedimos para lutar. Ficamos brincando de quatro às seis da tarde. Foi isso todos os domingos durante uns três meses. Entre esses encontros informais em que somente os visitantes lutavam e se interessavam, houve a proposta por parte dos “donos” daquele grupo de um possível Live, onde todos viajariam para um sítio e passariam o dia interpretando seus personagens. Talvez seja desnecessário dizer, mas esse plano nunca se concretizou.
Recordo-me de alguns nomes daquela época. Eu, Leo, Cristiano, Raquel, Rafael, Ed, William, Vinícius, Alessandra, Kazuya, Kenshin (Quantas pessoas nesse mundo tem esse apelido?), Peixe, Malê e mais algumas pessoas além de uns três ou quatro Brunos. Aquela espécie “clube” tinha uma classificação por postos: Havia os Arautos, Escudeiros, Ferreiros, e por fim, nós, os meros Jogadores. Apesar de não parecer, a organização entre as pessoas que tinham esses postos, aquelas que deveriam fazer alguma coisa pelo grupo, era muito fraca e logo a esmagadora maioria deles simplesmente deixou o grupo. Frente a isso e sustentando a vontade de continuar o grupo, dois dos jogadores juntaram força, determinação e algum dinheiro e resolveram levantar aquele negócio de novo: Ed e William começaram a planejar a volta do Graal (Que já era um pouco conhecido na cena de eventos de anime da época) com sua estréia triunfal no Anime Neves 2005. Para isso, eles pediram ajuda de outros jogadores que freqüentavam o grupo e que eram tão empolgados quanto eles mesmos, e com essa idéia em mente, convidaram eu, Leo e Cristiano.
O nome “Graal” seria mantido, o mundo de “Aurora Lumi” (Que até então, nunca havia tomado uma forma real) também. A história é que seria diferente, e os objetivos, claros: Ativar um grupo de Live Action e mostrar nosso trabalho em eventos. Em umas duas semanas muito corridas, William e Ed trabalharam duro pelo primeiro evento em que o “Novo Graal” foi, o já citado Anime Neves 2005. Ele ocorreu em dois dias entre Maio ou Junho e foi muito bom. Pessoas de certo nome no meio dos festivais mineiros de Anime elogiaram muito o novo grupo que mostramos, mostraram-se impressionadas com a diferença drasticamente positiva em relação ao grupo que imaginavam conhecer.
O próximo evento foi meses depois, ocorrido no dia 18 de Setembro. O Code-X foi organizado por William, e, justamente por isso, ele não pôde participar da arena que montamos lá. O lugar estava movimentado e William não só teve que cuidar de tudo, como tinha que apresentar a primeira peça teatral ensaiada pelo nosso grupo (Uma discreta semente que futuramente daria início ao “Grupo Revel de Teatro Medieval”). Outras interações não ensaiadas haviam sido feitas desde o Anime Neves com boa recepção por parte do público, mas estas não precisavam ficar a cargo de William. A equipe de monitores daquele evento foi: Ed, Eu, Cristiano, Leo, Servantes, To-Fu (Ex-membro). Apesar de mais cansativo que o Anime Neves, o Code-X foi mais divertido e produtivo que o evento anterior.
O evento seguinte foi um verdadeiro marco na história do Graal, por diversos motivos. O Anime Festival 2005 contou com a seguinte equipe de monitores: Eu, Leo, Raquel, Cristiano, Ed, William, Henrique e Rafael. Todos tinham tarefas duras a serem cumpridas, e o serviço encontrou um grande obstáculo pouco antes de o evento começar: Ed quebra o pé e fica impossibilitado de realizar maiores esforços. Mas nem por isso o evento funcionou mal para a Arena do Graal – Pelo contrário. Fora o acidente com Ed, tudo ocorreu muito bem, inclusive a apresentação de palco que William havia planejado.
Suor, sangue, diversão e alegria são palavras que marcaram aquele evento, de longe o melhor do Graal até então. A equipe de Arautos que coordenaria o grupo definitivamente tomou forma sólida assim que o AF acabou: Nós, todos os oito, provamos naqueles dois dias de Outubro que estávamos dispostos a dar o nosso melhor pelo Graal. 2005 foi fechado com chave de ouro após esse maravilhoso evento.
Note que até aqui, a única grande preocupação do Graal girava em torno de eventos. O Live Action, que sempre foi parte de nosso slogan, como algo tão maior e mais trabalhado (E trabalhoso) que um evento, estava sendo planejado para que acontecesse da melhor maneira possível algum tempo depois, quando o Graal tivesse mais membros.
E o AF atraiu muita gente para o Graal, tanto que a equipe de monitores de evento foi reformulada. O Graal ia a cada domingo recebendo mais visitantes que nunca. Era hora do objetivo principal do grupo ganhar andamento.
Dinâmicas que visavam um treinamento para aqueles que participariam do Live começaram a ser desenvolvidas e postas em prática. Os participantes criavam seus próprios personagens e desenhavam suas fantasias (Que então tinham um engraçado semblante por conta das muitas faixas amarradas ao corpo) e escolhiam suas armas. As pessoas se familiarizavam com esses personagens, aprendiam a lutar como eles e a interpretá-los. Logo o primeiro Live aconteceu, os clãs se formaram e pela primeira vez, Aurora Lumi ganhou vida. Os encontros semanais, a partir daquele momento, deixavam de ser meras reuniões de amigos para se tornarem treinamento de teatro espontâneo.
O ano de 2006 passou, e durante esse tempo foram feitos três Lives, um mínimo de cinco eventos e vários outros projetos. O Graal cresceu, estava virando brincadeira de gente grande. Projetos paralelos que andavam de mãos dadas com o Graal mostravam nos palcos dos eventos que o grupo ia além de “brincar com espadas de borracha”. A equipe de monitores cresceu, e todos (Em foco para os jogadores) trabalhavam pelo melhor do Graal, e foi isso o que aconteceu: Sem parar um minuto para respirar, o grupo só crescia e crescia sem ter uma baixa sequer desde o Anime Neves 2005 até o final de Novembro de 2006, quando foram assinadas as férias de fim de ano.
Ao longo de 2006, a equipe de arautos e monitores foi sofrendo alterações. Pessoas muito interessadas que realmente suavam pelo Graal foram colocadas de jogadores a monitores, e alguns arautos que não tinham disponibilidade para assumir as responsabilidades do cargo passaram a ser jogadores.
Rafael foi o primeiro a negar o posto de arauto, logo ao fim de 2005. Sua justificativa era clara: Ele queria ir aos eventos, mas não trabalhar neles. Além disso, não queria organizar o Graal, mas participar dele, jogar nos Lives.
Com somente sete arautos ao final de 2006, pouco depois do AF daquele ano, foi Ed quem quis sair desta vez. Disse que o Graal ocupava um tempo em sua vida que não estava mais disponível. Como muitos outros participantes do grupo, ele tinha outras áreas em sua vida que, naquele momento, exigiam mais atenção.
Após as férias de fim de ano, em 2007 o Graal começou a ser reestruturado. Não porque algo estivesse dando errado – Estava tudo perfeitamente bem, a intenção era melhorar ainda mais. Dentro dos novos projetos, o nome do nosso grupo mudou para GAIA (Cuja intenção era desvencilhar do Graal RJ e do Graal SP), os Lives não teriam mais um prólogo, desenvolvendo-se assim naturalmente, Aurora Lumi não existia mais e cedeu lugar para Amicitia. Além disso, a “hierarquia” (Arautos, Monitores, Jogadores) deixaria de existir, seriam todos pelo grupo.
Todas estas idéias começaram a ser postas em prática, e talvez com uma ou duas dificuldades aqui e ali, elas estavam funcionando. Demandaram certo esforço por parte de todos, mas os planos estavam se desenrolando sem maiores problemas. Mal poderia alguém imaginar a pancada que o grupo tomaria dias depois...
No dia 25 de Fevereiro de 2007, William chamou todos os demais arautos (Eu, Leo, Cristiano, Raquel e Henrique) para uma reunião. No e-mail que enviou a nós fazendo o convite, dizia que o assunto era sério e urgente, que não podia mais adiar esta conversa que desejava ter conosco.
Todos os arautos (Excetuando-se William, obviamente) pensaram que ele iria dizer que não participaria mais do Graal, nem mesmo como jogador. Concluímos isso sobre a base de que William vinha faltando muito nos encontros do Graal, e na maioria dos dias que ia, ele não participava tão ativamente quanto alguns meses antes. Não que ele devesse participar tanto dos encontros assim, sua função como arauto era sobretudo externa: Ele cuidava de fechar com a organização dos eventos a presença do Graal e de fazer as apresentações de palco, principalmente. São funções extremamente importantes, mas se ele realmente quisesse sair, não havia ninguém que tivesse o direito de forçá-lo a continuar conosco.
Mas infelizmente para o Graal, surpresas acontecem. Na reunião do dia 25, William disse não somente que iria sair, mas que estava montando um novo grupo de Live Action com o nome de Excalibur, que iria iniciar suas atividades aproximadamente duas semanas depois. Segundo ele mesmo, seu grupo visava principalmente a interpretação, mas usaria tudo relacionado a combate que foi desenvolvido no Graal enquanto ele fez parte do grupo. O Excalibur iria também para eventos, montaria uma arena de combate e faria apresentações no palco com o grupo Revel de teatro medieval. A pior parte do que William nos disse naquela tarde viria depois: Segundo ele, ao dizer aos contatos de eventos do Graal que ele estava montando um novo grupo, muitos destes contatos não queria saber do Graal mais, e mesmo com seu pedido para que os contatos analisassem nossa proposta, somente se interessavam pelo trabalho novo que William desenvolvia. William nos afirmou naquela hora que infelizmente uma concorrência passava a existir e que ele usaria de todos os recursos que pudesse alcançar para fazer do Excalibur o melhor.
O que William nos comunicou (Comunicou, não alertou, como poderia ter feito se o tivesse falado um pouco antes. Mas, se fosse dado um alerta, talvez não teria sido possível erguer o próprio grupo com tanto fulgor quanto o fez ao somente nos contar o que ocorria) levanta uma série de questões perturbadoras: Todos sabiam da proximidade afetiva que Ed sempre teve por William e pelo Graal simultaneamente, e atualmente sabemos também que Ed deu todo o suporte que pôde para William para ajudá-lo a erguer seu novo grupo. Será que as alegações de Ed para ter deixado o Graal eram realmente sinceras? Será que Ed não estaria ajudando William em seu grupo em segredo, e deixar o Graal era só mais um passo do processo? Será que Ed teria realmente planejado se omitir (Ou “mentir” seria o termo mais adequado?) dos arautos para que não houvesse obstáculos para a criação de Excalibur, e William ficaria encarregado de comunicar o que há algum tempo já estava em andamento? São todas perguntas inquietantes que nos levam a conclusões aterrorizantes que soam quase como óbvias e que põem em questão toda a confiança, amizade e credibilidade que tivemos por aqueles que uma vez foram amigos e colegas de trabalho.
Foi uma época turbulenta para o Graal. Em apenas uma semana foram feitas várias reuniões, tanto de arautos quanto com os contatos para eventos que conseguimos. Em uma semana o Graal acabou e voltou à vida, correndo sobre a corda bamba, sem saber o que talvez pudesse ser o mais certo a se fazer. Uma semana... Provavelmente a mais corrida que nosso grupo já viu.
Hoje o Graal está firme, mas com uma feia cicatriz de lembrança do ocorrido. Vários dos planos feitos no início do ano foram e estão sendo realizados: Não existem mais os nomes que organizavam o grupo, a história do Live se desenvolve sozinha, Aurora Lumi não existe mais.
Infelizmente, sacrifícios às vezes são necessários. Àquela altura, o Graal decidiu não participar mais de eventos. Como o Excalibur iria participar de praticamente todos os eventos no cenário mineiro e mais alguns fora do estado (Muitos deles já com contratos fechados), concluímos que, se participássemos, uma forte concorrência se estabeleceria entre os dois grupos, e isso certamente afetaria as amizades de participantes de grupos diferentes. Como o objetivo primário do Graal é o Live Action, nosso grupo optou por não dividir o foco com eventos ao menos nos primeiros meses que se seguiram. O Graal deu preferência para investir idéias no Live.

E hoje, aqui estamos.

Tudo isso que contei é uma versão resumida da história do Graal. Tentei ser o mais fiel à realidade possível, tentei não colocar a minha opinião (O que algumas horas torna-se uma árdua tarefa de auto-vigilância), apenas relatar minhas memórias de maneira racional, não sentimental.
“Para que?”, você me pergunta. ”Para que escrever um texto deste tamanho e depois mostrar para todo mundo?”. Minha intenção com esta carta é mostrar para você a trajetória do Graal, desde seu recomeço em 2005 até a situação atual, em 2007. Quero mostrar para você toda a força que o nome “Graal” já representou. Quero que você veja por onde o Graal já esteve, por quais caminhos andou, quais trilhas construiu.
Não quero comprar ninguém, e isso inclui brigas com amigos ou conhecidos. Não quero fazer a cabeça de ninguém. Quero que todos conheçam a verdadeira história deste grupo. Quero que aqueles que apontam para o Graal e dizem coisas como “aqueles arrogantes” (Nota: Na época, Ed e William diziam que conheciam pessoas que pensavam desta maneira sobre o Graal) pensem melhor. Quero que estas pessoas saibam que para o Graal chegar onde chegou, foi necessário muito trabalho, muito suor.
Sei que muitas idéias diferentes surgiram dependendo de quem leu este texto. Não querendo ser grosseiro com ninguém, mas isso não importa tanto. Tentei ao máximo não soar tendencioso durante o texto, tomei todo o cuidado que pude para que isso não acontecesse. Demorei muito tempo para terminar esta carta para que não houvesse erro algum.
Obrigado a todos os que leram até o final Agradeço mais ainda àqueles que pensaram em minhas palavras durante e após a leitura.
E espero, acima de tudo, ter sido útil de alguma maneira para os grupos e amizades que nesta história estão envolvidos...


Augusto Oliveira, 13.04.07





PS: A data da assinatura é dia 13.04, enquanto no início da carta digo estar na praça na “inútil noite do primeiro dia de Março”. Foi no dia 01.03 que comecei a escrever a carta, finalizada dia 13.04.

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