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[Pergaminho] Como Conjurar um Feitiço?

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1[Pergaminho] Como Conjurar um Feitiço? Empty [Pergaminho] Como Conjurar um Feitiço? Qua Jan 16, 2013 1:41 am

Faelon

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Fragmento de "Os Estudos de Magia Contemporâneos", compendium de 4E0 (Ano Zero da Quarta Era), um dos marcos das mudanças, encontrado na Biblioteca de Astrid (a maior de Gran Gael), situada no Magistério.

Texto largamente divulgado. Uma cópia poderá ser encontrada em praticamente qualquer Biblioteca do Ocidente, e muitos magos carregarão consigo versões deste texto.


Como Conjurar um Feitiço?*


Atribuído a Ravnik, o Sábio

Meus estudos sobre Magia fizeram-me compreender alguns aspectos ocultos e pouco explorados, até agora. Esta pode ser uma revolução na forma como conjuramos.
Até hoje, um mago teve de confiar em alguns poucos Feitiços seguros, passados de geração a geração, estudados à exaustão. Mas a pouco tempo, uma corrente de conjuradores experimentalistas, que comumente foram chamados Feiticeiros passou a confiar mais em seus instintos e sua criatividade, e a buscar uma forma de nivelar a magia imediata. A grande parte dos conjuradores formais da Magia Arcana recusa fortemente estes artistas, que parecem zombar de nossa ciência. É real fato que os Feiticeiros morrem facilmente ao perder o controle de seus conjuros, que muitas vezes são mais poderosos do que eles gostariam, ou são impossíveis de realizar com uma carcaça animal, mas suas descobertas não podem nos passar despercebidas, na medida em que podemos nós mesmos aproveitá-las.
Bom, decidi eu passar um ano ou dois em uma tribo, com um famoso Feiticeiro que pediu-me que não citasse seu nome, pois acabaria por ser rechaçado em seu meio por minha presença. É, meus caros, a rivalidade tem duas vias. Mesmo assim, este Feiticeiro, cujo nome fantasia será Batang, concordou em ensinar-me as nuances de sua arte de conjuração. E assim, unindo seu experimentalismo ao meu conhecimento formal da Magia, fomos capazes de desenvolver um método de conjuração aparentemente seguro, que permitirá a qualquer Mago ou Feiticeiro o improviso em seus Feitiços, dadas certas limitações. Este método é o objetivo deste texto. Pretendo eu que ele seja pedagógico, e ensine aos conjuradores das próximas gerações a não depender somente de suas tradições ou magias cerimoniais, ou mesmo da sorte na conjuração.
Em primeiro lugar, Batang e eu percebemos haver uma relação entre o custo material de uma magia e o poder dela. Percebemos também que este custo poderia ser suprido por diversos Componentes. Assim, experimentamos as várias formas de gerar Mana suficiente para nossos Feitiços, e reparamos que eles poderiam ser conjurados usando-se três formas de catalisação de Mana, que podem ser combinadas para conjuros mais poderosos. Estes três componentes são: o Verbal, que consiste na tradicional recitação dos versos mágicos, o Material, que consiste no uso de algumas substâncias especiais que são consumidas pela Magia, e o uso de um Foco que, impregnado por magia e encantado pelo conjurador, será capaz de facilitar a conjuração. Outras formas de catalisação são, ou inseguras, ou impráticas, e abandonamos em nossos estudos.
Percebemos também que toda esta energia deve ser reunida enquanto recitamos os versos, ou ela moldar-se-á de forma aleatória, podendo gerar catástrofes. Ocorrências desse tipo custaram um braço de um dos discípulos de Batang.
Agora, os detalhes mais interessantes são concernentes à Duração de um Feitiço e aos Alcances possíveis para eles. Estas duas características são as mais difusas e complexas nos estudos comuns de magia, e percebemos que nossas descobertas serão capazes de dar uma luz aos colegas conjuradores.
Em primeiro lugar, é necessário ressaltar que um Feitiço somente será capaz de durar enquanto houver uma estrutura para sustenta-lo. Caso contrário, a energia mágica dissipar-se-á. Portanto, há também três formas de definir este aspecto de um Feitiço, uma delas com ainda certa nuance. A primeira é a tradicional liberação Instantânea. Fiel e prática, ela raramente falha, pois a estrutura do Feitiço é destruída assim que ele atinge o alvo, geralmente agindo por algum tempo, mas sendo facilmente reversível, e sendo normalmente confiável somente para efeitos residuais. É também muito fácil de realizar, e a mais intuitiva das três formas de manter um sortilégio. A segunda, e também tradicional, é a manutenção do feitiço por uma estrutura mental constante, através da Concentração. Magias limitadas à Concentração do conjurador baseiam-se em uma estrutura psicológica sutil, que pode ser facilmente rompida, dissipando os efeitos prolongados de um Feitiço e mantendo somente aqueles que são residuais, como acontece com a liberação Instantânea. E por último, uma de nossas grandes descobertas. Minha, para ser particularmente sincero. É possível criar uma estrutura mágica, mais refinada ou menos, que fará com que os efeitos maiores de um Feitiço durem por grandes períodos de tempo, sem a necessidade da interferência posterior do conjurador. As estruturas mais refinadas não se dissiparão, a não ser que sejam dissipadas voluntariamente por algum conjurador ou alguém de grandes poderes inatos. Elas são resistentes, e geralmente podem ser percebidas com uma análise detalhada. As menos refinadas serão dissipadas após algum período de tempo, que com a prática um conjurador conseguira delimitar. Elas podem também ser dissipadas, naturalmente. O interessante, é que após este tempo determinado, os efeitos residuais serão mantidos. Mas, caso sejam dissipadas, nada restará das Magias.
Como já disse, também é necessário focar, ou mirar um Feitiço em algum ponto no espaço. E é disso que se trata o estudo do último dos aspectos da modulação de sortilégios. Para mirar uma Magia, devemos criar uma estrutura que é, ao mesmo tempo, Psicológica e Mágica. Devemos tornar a imagem final de nosso Feitiço em um objeto sólido, através dos Dons de Iria. Existem também alguns formatos de estrutura que, por um motivo ainda desconhecido, são de mais fácil manutenção. É também mais fácil realizar estas estruturas com o uso dos Cardeais das mãos. Estes pontos de poder tornarão muito mais fácil o serviço de um mago. Obviamente, existem os tradicionais Alcances por Toque e por Projeção de Esfera. Mas também descobrimos ser possível utilizar estruturas em formato de Linha, tanto ligadas ao solo, quanto Projetadas. Também é possível concentrar-se em uma área do solo ou um volume do ar, e torna-la uma estrutura que conterá os efeitos de seu Feitiço. Pode-se também permitir que o Efeito dance em nossas mãos, rodopiando ao nosso redor, numa trilha mágica. E, é claro, sempre podemos conjurar sobre nós mesmos. Todas estas já são utilizadas há algum tempo (desde o surgimento dos Feiticeiros), e podem ser encaradas já com alguma naturalidade, embora alguns conceitos sejam novos. Mas o que realmente nos orgulha é a percepção de Batang de que cada sortilégio guarda uma assinatura de seu conjurador, e que é possível através disso conjurar sobre algum adversário, caso sejamos afetados por sua magia, ou sobre algum aliado, que estivesse também nos auxiliando com Feitiços. Podemos também utilizar das estruturas mágicas para criar um ponto no espaço que guarde nosso Feitiço, ou encantar algum objeto desta forma. E é possível, por fim, extrapolar o conceito da Dança da Trilha Mágica para a conjuração em um círculo ao redor do mago.
E por último, mas não menos importante, os efeitos de um feitiço devem ser estruturados mentalmente, e muitos deverão ser registrados, de forma que possa-se estuda-los. Nunca será possível improvisar nesta parte da Magia, que deverá sempre ser clara como água ao conjurador. Devemos ser capazes de lembrar destas imagens e padrões mentais sem sequer ser necessário pensar neles, confiando sempre em um número limitado deles. Estes conjuntos de ideias, nós podemos chamar apropriadamente Efeitos, já que eles são as técnicas que levarão a determinados resultados. Estes Efeitos poderão ser amplificados ou atenuados de improviso, embora esta seja tarefa complicada e delicada, que deve ser muito bem estudada pelo conjurador.
Com isto, concluo os registros, meus e de Batang, sobre as novas tendências da conjuração de Magia, e como ela deve ser realizada para que seja mantida a segurança. Desejo boa sorte aos exploradores dos Dons de Íria que vêm depois de nós, pois estarão aptos a descobrir muito mais sobre o que viemos realizando há séculos. Eles serão, afinal, tudo aquilo que pretendemos ser desde o princípio, mas que não éramos capazes.


*Nome fictício. O pergaminho original não contêm título algum, e é conhecido simplesmente como O Guia de Ravnik.

https://graal.forumeiros.net

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